PESQUISA: quilo do pãozinho está mais caro e varia de R$ 6,90 a R$ 12,90

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Aumento no preço da farinha refletiu diretamente no valor do pão francês, em Santa Maria

O aumento no preço da farinha, em maio, foi sentido nas padarias e panificadoras da cidade e já começou a afetar o bolso do consumidor. O Diário fez uma pesquisa, aleatória e por telefone, na quarta-feira e ontem, que apurou que das 21 padarias pesquisadas, oito mantêm desde janeiro o mesmo valor de venda do quilo do pão francês. Esses estabelecimentos, inicialmente, não estudam reajuste neste momento (veja no quadro).  

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Os outros 11 pontos de venda já fizeram reajuste nos últimos meses e um está com o mesmo valor de janeiro, mas estuda a possibilidade de aumentar o preço. A média do quilo para o pãozinho na cidade é de R$ 10,48, o que resulta em R$ 0,52 a unidade, que tem cerca de 50 gramas. O local com o preço mais baixo foi encontrado no Bairro Chácara das Flores, que vende o cacetinho a R$ 6,90 o quilo, e o mais alto foi no Bairro Nossa Senhora de Fátima: R$ 12,90. 

Segundo o proprietário da Padaria Pão Quente, Jader Saurin, 39 anos, o pacote de 25 quilos de farinha passou de R$ 38 para R$ 50 em maio, e com isso ficou difícil manter o valor de R$ 7,25 para o quilo do pãozinho. Há cerca de um mês, a padaria reajustou o preço do quilo para R$ 9,75.

Na Padaria Da Ju, conforme a gerente do estabelecimento, Paula Silva, também foi preciso rever o valor de venda, em que há menos de um mês o quilo do pão francês era R$ 9,25. Contudo, após o reajuste da farinha e do gás, essenciais na confecção do cacetinho, a padaria também alterou o valor do quilo, que agora é de R$ 11,90. 

Já a proprietária da Padaria Empório dos Quitutes, Cláudia da Rosa, decidiu aumentar, mas preferiu uma mudança mais leve para os clientes. Antes, os fregueses do estabelecimento compravam o cacetinho a R$ 7,60, agora, o quilo é R$ 7,90. A diferença é de R$ 0,30.

O Diário fez a pesquisa de forma aleatória e por telefone na quarta-feira e ontem. Confira abaixo os preços atuais do quilo do cacetinho em 21 padarias de Santa Maria consultadas pela reportagem*:

*Os supermercados Big, Carrefour, Beltrame e Nacional e a Padaria Mallet não quiserem divulgar o valor

**Estabelecimentos que estão com o mesmo preço do quilo desde janeiro e não pretendem reajustar o valor

***Está com o mesmo preço do quilo desde janeiro, mas estuda reajuste

OS EFEITOS
A engenheira química Lilian Benchimol, 27 anos, diz que não tem o costume de comer pão, mas ontem de manhã comprou algumas unidades de francês para servir um café para o pai que a está visitando. Ela ficou assustada ao ver o preço do quilo, que na padaria que frequenta subiu cerca de R$ 2. 

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
 Padarias não teriam repassado o aumento integral ao pãozinho para não ficar muito pesado no bolso do consumidor

- É muita coisa para subir o valor de uma vez só. Está caro - avalia. 

Enquanto Lilian ficou chocada com o aumento, a estudante Renata Souza, 26 anos, diz nem ter percebido o aumento no estabelecimento que frequenta, apesar da alta ter sido mais de R$ 2 para o quilo. Ela conta que compra uma unidade ou duas por vez e que a conta dá menos de R$ 1.

Renata diz ter notado a diferença de valores somente quando foi com amigos em outra padaria e percebeu que cinco unidades do pãozinho custaram quase R$ 3.

"Reajuste é menor para o cliente", diz diretor de panificadora

Nem toda padaria produz o próprio pão, mas compra o produto pronto de panificadoras, o que não quer dizer que o estabelecimento consiga manter o preço do quilo. Contudo, o diretor administrativo do Panifício Mallet, Eduardo Scaramussa, diz que o aumento de 70% da farinha não foi repassado integralmente para o valor do quilo do pão francês.

- Seria inviável mantermos as vendas se tivéssemos feito o reajuste baseado no aumento total da farinha. Porque é um aumento expressivo para nós, mas o aumento ainda é pequeno para cliente - avalia Scaramussa.

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Ele avalia o reajuste da matéria-prima do pãozinho como ruim e diz que outros produtos também passaram por mudança de valores. Todos estes aumentos deveriam influenciar no preço final do cacetinho. 

FRIO AJUDA VENDAS
Além do preço do quilo, outro fator está diretamente ligado às vendas dos pãezinhos, segundo o proprietário da Padaria Pão Quente, Jader Saurin: a temperatura do dia. Ele explica que, para a produção de pães, dias quentes são melhores, já que a massa cresce melhor. Contudo, nesses dias as vendas são menores. 

- Quando está frio, o pessoal compra mais. O dia quente até pode ser bom para a produção, mas os dias frios são melhores para as vendas - acrescenta.